top of page

Christopher Lasch

Historiador e Crítico Social

UN4RTificial - Christopher Lasch.png

Christopher Lasch foi aquele historiador e crítico social que via a sociedade moderna como um espelho rachado — e fazia questão de apontar cada trinca com ironia precisa e uma caneta afiada.


Nascido em 1932, em Omaha, Nebraska (EUA), cresceu em uma família de intelectuais liberais: o pai era jornalista e a mãe, professora de filosofia. Desde cedo, foi estimulado a pensar criticamente e a desconfiar de qualquer tipo de discurso pronto — uma postura que o acompanharia por toda a vida.


Formou-se em Harvard e fez doutorado na Universidade de Columbia, onde mergulhou nos estudos de história, sociologia e cultura americana. Em seguida, tornou-se professor na Universidade de Rochester, onde passou boa parte da carreira, preferindo o papel de observador incômodo a qualquer tipo de celebridade acadêmica.


Lasch dedicou-se a entender as mudanças profundas na psique e nos valores da sociedade moderna, especialmente nos Estados Unidos do pós-guerra. Suas análises mesclavam referências de Freud, Marx, Weber e Tocqueville, mas seu pensamento nunca se encaixou em rótulos fáceis. Era crítico do capitalismo e do consumismo, mas também cético quanto às promessas vazias do progresso e do liberalismo cultural.


Seu livro mais conhecido, A Cultura do Narcisismo (1979), o projetou internacionalmente. Nele, Lasch diagnosticou o que via como uma crise moral e emocional da sociedade americana — um mundo onde todos buscavam sucesso, visibilidade e validação, mas poucos buscavam maturidade ou propósito. Publicado em plena era Reagan, o livro virou um espelho incômodo: mostrava uma nação obcecada por si mesma, ansiosa por aplausos e carente de significado.


Lasch descrevia o narcisismo não como um defeito individual, mas como um sintoma cultural, alimentado por instituições que transformaram o cidadão em consumidor e a vida pública em espetáculo. Suas críticas se estendiam à mídia, à política e até à psicanálise, sempre com o mesmo tom desconfiado de quem via a vaidade travestida de progresso.


Além dessa obra, escreveu outros títulos influentes como The Minimal Self (1984), The True and Only Heaven (1991) e o póstumo The Revolt of the Elites (1995), em que atacou a alienação das classes dirigentes e a perda de vínculos comunitários. Nessas reflexões, Lasch defendia algo raro para os tempos modernos: a importância dos limites, da responsabilidade e de um senso de pertencimento que não dependesse de status ou performance.


Christopher Lasch morreu em 1994, aos 61 anos, vítima de câncer. Mesmo assim, sua obra continua extraordinariamente atual — especialmente em um mundo onde o espelho se multiplicou em telas e a vaidade virou algoritmo.


Difícil rotulá-lo: marxista demais para os conservadores, conservador demais para os progressistas — e, talvez por isso, tão necessário. Ele não queria seguidores, queria pessoas pensando de verdade.


Suas obras:


⛔️ P.S.: Os links para obras em domínio público são apenas indicações para facilitar o acesso à leitura — todos levam a sites externos, sem qualquer vínculo comigo ou com o projeto UN4RT.
Não recebo nada por essas indicações, e a responsabilidade sobre o conteúdo é exclusivamente dos sites que hospedam os arquivos.
Verifique sempre se a obra está realmente em domínio público antes de baixar. 📚


  • A Cultura do Narcisismo

  • Facebook
  • Instagram
  • Pinterest
  • TikTok
  • Youtube
© Copyright by UN4RT 2025
bottom of page