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Clarice Lispector

Escritora e Jornalista

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Clarice Lispector não escrevia histórias — escrevia sentimentos em forma de palavras, transformando o cotidiano em mistério e o banal em revelação.


Nascida em 1920, na pequena cidade de Tchetchelnik, na Ucrânia, veio ainda bebê para o Brasil, com a família fugindo das perseguições contra judeus após a Primeira Guerra Mundial. Os Lispector se estabeleceram em Recife, onde Clarice cresceu cercada por livros, memórias de exílio e um silêncio que ela, mais tarde, transformaria em literatura.


Desde cedo, demonstrava um olhar curioso e intenso sobre o mundo. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e cursou Direito na Universidade do Brasil (atual UFRJ) — mas a advocacia era pequena demais para o tamanho das perguntas que ela carregava. Foi no jornalismo e na escrita que Clarice encontrou sua verdadeira voz, publicando contos, crônicas e entrevistas com o mesmo brilho com que escrevia seus romances.


Em 1943, aos 23 anos, estreou com Perto do Coração Selvagem, uma obra revolucionária que lhe rendeu o Prêmio Graça Aranha e fez a crítica literária brasileira se perguntar: “Quem é essa mulher?” — uma pergunta que, de certa forma, nunca teve resposta definitiva. O livro, escrito em uma linguagem inovadora, trouxe uma protagonista introspectiva e fragmentada, desafiando o modelo tradicional de narrativa e abrindo caminho para uma nova forma de se pensar o feminino e o existencial na literatura brasileira.


Casada com um diplomata, Clarice viveu em vários países — como Itália, Suíça, Inglaterra e Estados Unidos —, mas sempre manteve o português como seu território emocional. Em meio a viagens, maternidade e solidão, continuou escrevendo. Vieram então obras como A Paixão Segundo G.H., Água Viva, Laços de Família, A Legião Estrangeira e, claro, A Hora da Estrela — seu último romance, publicado em 1977, poucos meses antes de sua morte.


Seus livros misturam introspecção, filosofia, espiritualidade e uma linguagem que parece pensar enquanto escreve. Clarice falava da alma humana como quem acende uma luz num quarto escuro — revelando o que sempre esteve ali, mas ninguém tinha coragem de olhar.


Apesar de ser uma figura reclusa e, muitas vezes, enigmática, Clarice também foi cronista de jornais e revistas, escrevendo com humor e sensibilidade sobre temas como amor, rotina, vaidade e até culinária.


E sim, muitas das frases que circulam por aí nas redes sociais em seu nome nunca foram escritas por ela — mas é fácil entender por quê: poucas autoras conseguiram capturar tão bem o que significa sentir demais.


Clarice Lispector morreu em 1977, no Rio de Janeiro, um dia antes de completar 57 anos.


Deixou uma obra que continua ecoando — enigmática, visceral e luminosa —, lembrando que o verdadeiro espanto da vida está nas pequenas coisas: um gesto, um pensamento, ou até o simples ato de comer uma barata.


Suas obras:


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