Eli Pariser

Eli Pariser é aquele cara que te faz perceber que o algoritmo está te manipulando — e que talvez você viva em uma bolha digital sem nem perceber.

Nascido em 1980, nos Estados Unidos, ele cresceu no coração da geração que viu a internet nascer como promessa de liberdade, diversidade e informação para todos. Só que, enquanto o mundo se encantava com a conectividade, Pariser começou a notar algo estranho: quanto mais conectados estávamos, menos plural era o que víamos.

Ativista desde jovem, ele se destacou como defensor da democracia digital e do uso ético da tecnologia. Foi um dos organizadores da MoveOn.org, uma das primeiras grandes plataformas de mobilização política online, e mais tarde cofundou a Upworthy, um site de conteúdo viral com foco em causas sociais e histórias inspiradoras — uma tentativa de usar o poder da internet para algo além de cliques e curtidas vazias.

Mas foi em 2011 que Pariser entrou de vez para o centro do debate global com o livro O Filtro-Bolha: O que a Internet Está Escondendo de Você, onde ele expõe uma das grandes ironias da era digital: a promessa de uma rede que nos conectaria a tudo acabou criando bolhas personalizadas que nos isolam.

Segundo Pariser, cada vez que você clica, curte ou pesquisa algo, os algoritmos aprendem sobre seus gostos — e passam a mostrar apenas o que confirma suas preferências. Parece conveniente, mas o efeito colateral é profundo: deixamos de ser expostos a ideias diferentes e passamos a viver dentro de uma versão editada da realidade, feita sob medida para o nosso conforto emocional.

Em outras palavras, a internet, que deveria expandir nossos horizontes, acabou encolhendo o mundo à medida do nosso ego digital.

Com o tempo, suas ideias deixaram de ser apenas teoria e viraram alerta real: das fake news às guerras culturais online, tudo parece provar que Pariser tinha razão. Ele foi um dos primeiros a apontar que o perigo não é apenas o que o algoritmo mostra — mas o que ele decide esconder.

Hoje, Eli Pariser segue sendo uma das vozes mais importantes no debate sobre ética digital, democracia e tecnologia. Ele defende uma internet mais transparente, plural e humana, e atua em projetos que tentam reinventar os espaços online, como o New_ Public, uma iniciativa voltada para repensar o design das plataformas digitais como “praças públicas” — lugares de diálogo e não de polarização.

Com um estilo lúcido e provocador, Pariser conseguiu transformar um tema técnico e invisível — o funcionamento dos algoritmos — em um espelho social.

E desde então, sua mensagem ecoa cada vez mais forte: se você nunca teve sua opinião desafiada online, talvez não esteja se informando — só sendo alimentado.

Suas obras:

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• O Filtro Invisível