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Franz Kafka

Escritor 

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Franz Kafka nasceu em 1883, em Praga, e, convenhamos, se existisse uma categoria de “autor mais introspectivo e angustiado do universo”, ele levaria o troféu sem concorrência.


Filho de uma família judaica de língua alemã, Kafka cresceu em um ambiente tenso, entre o rigor de um pai autoritário e as expectativas sociais de uma classe média em ascensão. Seu pai, Hermann Kafka, era um comerciante prático e explosivo, enquanto o jovem Franz era tímido, sensível e atormentado — uma combinação que gerou uma das relações pai-filho mais famosas (e dolorosas) da história da literatura.
Essa tensão emocional se tornaria o combustível de sua escrita: uma mistura de culpa, medo, impotência e busca por sentido.


Apesar de sonhar com uma vida literária, Kafka seguiu o caminho esperado pela família e formou-se em Direito pela Universidade Carolina de Praga. Trabalhou durante anos em uma companhia de seguros, onde mergulhou de cabeça em pilhas de processos, regulamentos e carimbos — o tipo de rotina que, ironicamente, inspiraria as labirínticas burocracias de suas obras.


Sua vida profissional foi meticulosamente organizada; sua vida interior, um caos fascinante.


Kafka escreveu à noite, quase em segredo, produzindo contos e romances que pareciam mais pesadelos existenciais do que ficções tradicionais.


Em A Metamorfose (1915), um homem acorda transformado em um inseto gigante — metáfora perfeita para a alienação humana diante da família e da sociedade.


Em O Processo (publicado postumamente), um homem é acusado de um crime que nunca entende, por um sistema que nunca se explica.


E em O Castelo, outro personagem luta inutilmente para ter acesso a uma autoridade que jamais o recebe.


Essas tramas de culpa sem causa, absurdos administrativos e impotência diante de um sistema impessoal deram origem ao adjetivo “kafkiano”, usado até hoje para descrever situações tão confusas e sufocantes que parecem saídas de um pesadelo burocrático.


Apesar de seu talento, Kafka era profundamente autocrítico. Sofria de ansiedade, depressão e, mais tarde, tuberculose, o que agravou ainda mais seu isolamento. 


Manteve relacionamentos conturbados, especialmente com Felice Bauer, sua noiva intermitente, e com Milena Jesenská, uma mulher com quem trocou cartas intensas e apaixonadas — textos que hoje revelam tanto de sua mente quanto de seu coração.

Kafka morreu em 1924, aos 40 anos, em um sanatório nos arredores de Viena. Antes de morrer, deixou instruções a seu amigo e confidente Max Brod para que destruísse todos os seus manuscritos inéditos.


Felizmente (e para alegria da literatura mundial), Brod ignorou o pedido, publicando depois obras como O Processo, O Castelo e América.


Com o tempo, Kafka se tornou um dos autores mais influentes do século XX, uma espécie de profeta da modernidade — antecipando temas como alienação, vigilância, burocracia e a absurda luta do indivíduo contra sistemas impessoais.
Suas histórias, embora sombrias, carregam uma ironia sutil: o riso nervoso de quem reconhece que o absurdo, às vezes, é apenas a forma mais honesta de descrever a vida.


Hoje, Kafka continua a nos assombrar (e fascinar) com seu mundo em que a lógica é uma piada e o ser humano, um eterno réu sem advogado.


E no fim, ele nos ensinou uma grande lição: quando tudo parecer irracional e sufocante, respire fundo — talvez você só esteja vivendo mais um dia kafkiano.


Suas obras:


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