
Um laboratório para mentes pensantes.
Oscar Wilde
Escritor, Dramaturgo e Poeta

Oscar Wilde foi o homem que transformou o sarcasmo em arte e a inteligência em espetáculo. Nascido em 1854, em Dublin, na Irlanda, ele era filho de uma poeta e de um médico renomado — uma combinação que, desde cedo, lhe deu tanto erudição quanto senso de drama.
Brilhante nos estudos, frequentou o Trinity College e depois o lendário Magdalen College, em Oxford, onde se destacou por seu talento, seu gosto por provocações e, claro, seu impecável senso de estilo. Era o tipo de aluno que citava Aristóteles em uma mão e segurava uma flor-de-lis na outra.
Na juventude, Wilde mergulhou no movimento esteticista, que pregava que a arte deveria existir apenas pela beleza — “art for art’s sake” —, uma ideia que o tornaria símbolo da rebeldia contra o moralismo sufocante da era vitoriana.
Com sua personalidade extravagante, discursos espirituosos e roupas exuberantes, logo se tornou uma celebridade literária e social, encantando salões londrinos com frases que pareciam relâmpagos de genialidade.
Mas não bastava ser um dândi — Wilde era, acima de tudo, um escritor brilhante.
Em 1890, publicou seu romance mais famoso, O Retrato de Dorian Gray, a história de um jovem que troca a alma pela juventude eterna, enquanto seu retrato envelhece e carrega as marcas de seus pecados.
A obra foi recebida com escândalo: muitos consideraram o livro “imoral”, mas Wilde apenas sorriu e respondeu que “não há livros morais ou imorais, apenas bem ou mal escritos”.
E o dele, convenhamos, foi escrito divinamente.
Nos anos seguintes, Wilde conquistou o teatro britânico com comédias tão inteligentes quanto impiedosas — como O Leque de Lady Windermere, Um Marido Ideal e, principalmente, A Importância de Ser Prudente (1895), uma sátira deliciosa sobre a hipocrisia e as aparências da alta sociedade.
Suas peças lotavam os teatros e faziam o público rir... enquanto se reconhecia nas críticas mordazes.
Mas, como toda boa tragédia, o sucesso de Wilde viria acompanhado da queda.
Na mesma Londres que o aplaudia, ele se envolveu em um romance com Lord Alfred Douglas, um jovem aristocrata, cuja relação despertou escândalo público.
Denunciado pelo pai de Douglas, Wilde cometeu o erro fatal de processá-lo por difamação — e acabou sendo ele mesmo acusado e condenado por “indecência grave”, um eufemismo para homossexualidade, considerada crime na época.
Em 1895, foi preso e passou dois anos na prisão de Reading, experiência devastadora que destruiu sua reputação e sua fortuna.
De lá, escreveu a poderosa carta De Profundis, um relato de arrependimento, amor e reflexão espiritual.
Após ser libertado, exilou-se em Paris, vivendo sob pseudônimo, pobre, doente e abandonado pelos antigos admiradores.
Mesmo assim, Wilde nunca perdeu o brilho.
Publicou A Balada do Cárcere de Reading, uma obra sombria e comovente sobre a dor e a humanidade.
E, até o fim, manteve o humor que o tornara inesquecível — como prova sua última e lendária frase:
“Ou esse papel de parede sai, ou eu saio.”
Oscar Wilde morreu em 1900, aos 46 anos, em um quarto simples de hotel, mas deixou um legado eterno.
Hoje, é celebrado não só como um dos maiores escritores e dramaturgos da língua inglesa, mas também como símbolo de liberdade, inteligência e coragem para ser quem se é — mesmo que o mundo prefira máscaras.
Afinal, como ele mesmo escreveu:
“Seja você mesmo; todos os outros já existem.”
Suas obras:
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O Leque de Lady Wildermere
O Retrato de Dorian Gray