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Pierre Hadot 

Historiador, Filósofo e Filólogo

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Pierre Hadot foi o filósofo francês que olhou para os antigos — estoicos, epicuristas, cínicos e neoplatônicos — e percebeu que eles não estavam apenas discutindo ideias: eles estavam ensinando a viver.


Nascido em 1922, em Paris, Hadot começou sua trajetória em um caminho bem diferente do que imaginava: formado em teologia e filosofia, chegou a ingressar no seminário, prestes a se tornar padre.


Mas, no meio das orações e leituras sagradas, percebeu que sua verdadeira fé estava em outro altar — o da sabedoria antiga, aquela que não promete milagres, mas exige prática diária de lucidez.


Abandonou a vida religiosa e mergulhou de cabeça nos textos clássicos.
Trabalhou no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) e depois tornou-se professor no Collège de France, uma das instituições acadêmicas mais prestigiadas do mundo.


Ali, Hadot se dedicou a estudar os filósofos gregos e romanos — Sócrates, Marco Aurélio, Plotino, Epicuro — não como figuras históricas distantes, mas como mestres de uma arte de viver.


Sua virada intelectual foi quase poética: em vez de tratar a filosofia antiga como teoria ou discurso abstrato, ele passou a vê-la como um modo de vida, uma prática espiritual laica, feita de exercícios diários voltados para o autoconhecimento, a serenidade e a liberdade interior.


Segundo Hadot, para os antigos, filosofar era um treino da alma, tão essencial quanto cuidar do corpo ou alimentar o espírito.


Não se tratava de escrever tratados, mas de transformar a própria existência.

Em obras como Exercícios Espirituais e Filosofia Antiga, O Que É a Filosofia Antiga? e A Filosofia Como Maneira de Viver, Hadot propôs que o verdadeiro sentido da filosofia se perdeu com o tempo — substituído por um jogo intelectual e acadêmico.


Ele resgatou, com clareza e gentileza, a ideia de que pensar é uma forma de se libertar, e que a sabedoria não se ensina apenas com argumentos, mas com exemplo, silêncio e prática.


Além de filósofo, Hadot foi também tradutor de textos latinos e gregos, e sua erudição nunca se sobrepôs à simplicidade com que explicava ideias complexas.
Foi mentor e inspiração para nomes como Michel Foucault, que incorporou o conceito de “cuidado de si” em seus últimos trabalhos, claramente influenciado pelo mestre francês.


Mesmo reconhecido como um dos grandes intérpretes da filosofia antiga, Hadot manteve um estilo de vida discreto e contemplativo.


Sua filosofia não era feita de slogans, mas de gestos pequenos — atenção, presença, calma, leitura, reflexão.


Ele costumava dizer que a sabedoria não é uma teoria, mas uma disposição constante de espírito.


Pierre Hadot faleceu em 2010, aos 88 anos, deixando um legado sereno e transformador.


Em um mundo barulhento, acelerado e confuso, seu pensamento nos lembra que a filosofia não precisa ser um labirinto de palavras, mas um caminho para respirar melhor dentro do caos.


E se os antigos viam a filosofia como exercício diário, Hadot nos convida a retomá-la assim — não como fuga da vida, mas como a arte mais profunda de estar vivo.


Suas obras:


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