
Um laboratório para mentes pensantes.
Robert Sapolsky
Cientista, Escritor, Professor e Pesquisador

Robert Maurice Sapolsky é o tipo de cientista que parece ter saído direto de um episódio de comédia filosófica: fala sobre genética, comportamento e neurociência com tanta clareza e humor que você até esquece que está aprendendo ciência de ponta.
Nascido em 1957, no Brooklyn, Nova York, Sapolsky cresceu fascinado por duas coisas: macacos e mentes humanas — o que, no fim das contas, deu no mesmo assunto.
Formou-se em Biologia pela Harvard University e, mais tarde, fez seu doutorado em Neuroendocrinologia na Rockefeller University, mergulhando na complexa relação entre o cérebro, os hormônios e o estresse.
Mas, ao contrário do estereótipo do cientista de jaleco trancado em laboratório, Sapolsky decidiu estudar o comportamento onde ele realmente acontece: na savana africana.
Por mais de três décadas, ele passou parte de cada ano observando uma tropa de babuínos selvagens no Quênia, anotando como disputavam status, brigavam, formavam alianças e lidavam com o estresse da vida em grupo.
Lá, entre mosquitos, calor e conflitos territoriais, Sapolsky descobriu que o comportamento desses primatas era um espelho quase perfeito do nosso.
As brigas por poder? Idênticas às de um escritório moderno.
A tensão entre líderes e subordinados? O mesmo padrão hormonal de estresse que afeta executivos, políticos e… qualquer um preso no trânsito de segunda-feira.
Desse olhar entre o humano e o animal nasceu um dos livros mais originais da divulgação científica: Por Que as Zebras Não Têm Úlceras (1994).
Com seu humor afiado e uma linguagem acessível, ele explica que os animais lidam com o estresse de forma aguda — correm, lutam e pronto.
Nós, humanos, por outro lado, sofremos cronicamente, imaginando perigos que ainda nem aconteceram.
Resultado? Úlceras, ansiedade, insônia e uma sociedade permanentemente tensa.
Mas Sapolsky não parou por aí.
Em O Comportamento: A Biologia do Bem e do Mal (2017), ele deu um passo além, explorando o que realmente nos leva a agir — do impulso de apertar um gatilho à compaixão que salva uma vida.
Para ele, o comportamento humano é uma orquestra complexa, influenciada por genes, hormônios, cultura, infância, traumas e até o que comemos no café da manhã.
Nada é simples. E, segundo ele, somos todos produtos de uma biologia caoticamente bela.
Além de neurocientista, Sapolsky é professor de Biologia, Neurologia e Neurociência na Universidade Stanford, onde dá aulas que mais parecem stand-ups científicos — cheias de analogias, piadas e insights devastadores sobre o ser humano.
Ele também é conhecido por seu ativismo ético e pelo olhar compassivo sobre a condição humana, sempre lembrando que, apesar da biologia, a empatia ainda é o traço mais evoluído da nossa espécie.
Entre um artigo científico e outro, Sapolsky escreve com a mesma destreza com que observa macacos — transformando complexidade em clareza e caos em sabedoria.
Seja explicando o estresse, a moralidade ou as falhas do livre-arbítrio, ele faz isso com uma mistura irresistível de sarcasmo, erudição e humanidade.
Hoje, Sapolsky continua dividindo seu tempo entre Stanford, as savanas africanas e seus livros, ainda tentando responder à pergunta que o move desde o início:
Por que somos tão inteligentes — e, ao mesmo tempo, tão emocionalmente desastrosos?
A resposta, claro, ele entrega com seu típico meio-sorriso de cientista que sabe demais e ainda assim se diverte com o absurdo da vida.
Suas obras:
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Comportamento: A Biologia Humana no Nosso Melhor e Pior
Por Que as Zebras Não Têm Úlceras