
Um laboratório para mentes pensantes.
Sherry Turkle
Professora, Psicóloga e Socióloga

Sherry Turkle é a mulher que olhou para o brilho das telas e, em vez de se deslumbrar, perguntou:
“O que, exatamente, estamos perdendo quando ganhamos tanta conexão?”
Nascida em 1948, em Nova York, Turkle cresceu em uma época em que computadores ainda eram do tamanho de uma sala inteira — e ninguém imaginava que um dia eles caberiam no bolso (e na alma).
Formou-se em Sociologia e Psicologia, mergulhou na Psicanálise e, mais tarde, se doutorou em Sociologia de Ciência e Tecnologia pela Universidade Harvard — o que explica por que ela enxerga o mundo digital não como uma novidade técnica, mas como um espelho psicológico e social.
Foi nos corredores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), onde leciona há décadas, que Turkle começou a observar de perto a relação entre humanos e máquinas.
Enquanto a maioria dos cientistas via a tecnologia como promessa, ela preferiu fazer a pergunta incômoda:
“Será que as máquinas estão nos ajudando a entender melhor quem somos — ou a nos esquecer disso?”
Nos anos 1980, quando a internet ainda era uma fronteira futurista, Turkle já chamava atenção com o livro The Second Self: Computers and the Human Spirit, em que descrevia o computador não apenas como uma ferramenta, mas como um espelho psicológico — um parceiro silencioso que refletia nossos desejos, ansiedades e inseguranças.
Mas foi com Alone Together (Sozinhos Juntos, 2011) que ela se tornou uma das vozes mais influentes da era digital.
No livro, Turkle mostra o paradoxo moderno: quanto mais conectados estamos, mais solitários nos sentimos.
Ela entrevistou centenas de pessoas — de adolescentes viciados em mensagens instantâneas a adultos que preferem conversar com assistentes virtuais a lidar com o desconforto das relações reais — e percebeu que o digital estava mudando não só nossos hábitos, mas nossa forma de amar, trabalhar e pensar.
Em obras seguintes, como Reclaiming Conversation (2015) e The Empathy Diaries (2021), Turkle aprofunda essa reflexão, defendendo que a empatia e o diálogo face a face são tão urgentes quanto qualquer atualização de software.
Ela não demoniza a tecnologia — muito pelo contrário: reconhece seu valor, mas lembra que, se não aprendermos a usá-la com consciência, acabaremos sendo usados por ela.
Com sua fala calma, olhar analítico e um jeito quase terapêutico de escrever, Sherry Turkle virou uma espécie de analista de grupo da civilização digital.
Enquanto o mundo tenta acompanhar o ritmo das telas, ela nos convida a desacelerar e fazer algo quase revolucionário: prestar atenção uns nos outros.
Atualmente, Turkle segue ativa como professora e palestrante, participando de conferências, podcasts e debates sobre ética, tecnologia e humanidade.
E sua mensagem continua simples — e poderosa:
“Não precisamos desligar as máquinas, só precisamos lembrar que somos humanos antes de sermos usuários.”
Suas obras:
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Sozinhos Juntos (Alone Together)