
Um laboratório para mentes pensantes.
Shoshana Zuboff
Professora, Psicóloga Social, Autora, Filósofa e Pesquisadora

Shoshana Zuboff é aquela intelectual que olhou para o Google, o Facebook e o resto das big techs e soltou, sem rodeios:
“Vocês não estão vendendo anúncios. Estão vendendo a nós.”
Nascida em 1951, nos Estados Unidos, Zuboff é uma das pensadoras mais afiadas quando o assunto é o impacto da tecnologia na sociedade.
Formou-se em Filosofia e Psicologia Social, mas foi na Harvard Business School que construiu sua carreira e sua reputação — se tornando, aliás, a primeira mulher a conquistar a posição de professora titular naquela instituição. Desde cedo, seu olhar unia o rigor acadêmico à sensibilidade humana: ela queria entender não apenas como as máquinas mudam o trabalho, mas como elas moldam a alma de quem trabalha.
Nos anos 1980, muito antes de “disrupção digital” virar palavra da moda, Zuboff já chamava atenção com o livro In the Age of the Smart Machine (1988), onde analisava como os computadores estavam redesenhando o ambiente corporativo e o próprio conceito de poder dentro das empresas.
Mais tarde, em The Support Economy (2002), escreveu sobre o surgimento de um novo tipo de capitalismo — centrado não em produtos, mas em experiências personalizadas e relações mediadas pela tecnologia.
Mas foi com o monumental The Age of Surveillance Capitalism (A Era do Capitalismo de Vigilância, 2019) que ela entrou definitivamente para o panteão dos pensadores contemporâneos.
Nesse livro, resultado de mais de uma década de pesquisa, Zuboff destrincha o funcionamento do capitalismo digital com uma clareza quase assustadora: as grandes plataformas de tecnologia transformaram nossos dados pessoais — cada clique, emoção e hesitação — em matéria-prima para lucro.
Não somos apenas usuários: somos produtos sendo constantemente observados, medidos e, de certo modo, manipulados.
Com uma escrita firme e um olhar cirúrgico, Zuboff desmonta o discurso otimista da “inovação” e mostra o outro lado da moeda — o lado onde privacidade vira ilusão e autonomia, uma lembrança.
Ela não é tecnofóbica, mas é implacável: alerta que a liberdade humana corre risco quando nossas escolhas passam a ser antecipadas e moldadas por algoritmos invisíveis.
Ainda hoje, como professora emérita de Harvard, palestrante e autora, Shoshana Zuboff segue sendo uma voz corajosa no meio do ruído digital — uma espécie de Cassandra moderna, que insiste em avisar o que vem pela frente enquanto o resto do mundo desliza o dedo na tela.
E se há uma mensagem central em sua obra, é esta:
“A tecnologia pode servir à humanidade — mas primeiro, a humanidade precisa acordar.”
Suas obras:
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A Era do Capitalismo de Vigilância