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O que é autoconhecimento? E qual sua importância?

  • Foto do escritor: N3ssa UN4RTificial
    N3ssa UN4RTificial
  • 13 de fev.
  • 8 min de leitura

Atualizado: 25 de mar.



Ouça o Artigo (Sem Edição e Sem Cortes :P)gravado por N3ssa UN4RTificial

Vamos dissertar sobre este tema complexo e que sempre dá o que falar, sim, ninguém nega que essa palavra possui um significado mais profundo mas que hoje em dia é glamourizada, sendo frequentemente usada como recheio de palestras motivacionais, manuais de autoajuda baratos e é claro, nas legendas das fotos de alguns gurus. Parece tudo muito simples, você faz busca na internet, aparecem alguns sites anunciando um Guia prático com o passo-a-passo e com as técnicas a serem aplicadas, como se o autoconhecimento fosse uma receita de bolo e que você só precisa seguir uma ordem específica.


Tudo muito legal e tal, mas em algum lugar entre o entretenimento de baixa qualidade, a promessa de respostas fáceis, a angústia existencial do momento e a procrastinação do dia a dia aquelas perguntinhas continuam ecoando na mente: "O que é autoconhecimento?", "O que eu fiz para merecer?", "Porque isso aconteceu comigo?" e assim por diante... Essas perguntas inconvenientes nos guiam até uma outra pergunta, a maior, a mais antiga e temida, a mãe de todos os questionamentos: "Quem sou eu afinal?"


Normalmente, é em meio ao caos de emoções, contradições e problemas que o tema autoconhecimento resolve despontar, mas antes que você ache que estou prestes a te entregar uma história trágica com uma reviravolta épica ou um manual de instruções digno de uma máquina de lavar roupa, é bom você respirar fundo pois o caminho é cheio de surpresas.


Vamos ao que interessa!


O que é autoconhecimento?


Porque diabos isso é importante e porque cada vez mais pessoas vendem cursos sobre isso? Sim, se você também já investiu seu suado dinheirinho em um curso que prometia milagres, então bem vinda ao clube!


Digamos que essa história de se conhecer é em essência, a arte de decifrar o enigma mais complexo que você jamais encontrará: você mesma. Vou dar um exemplo, imagine que sua mente seja um software em constante atualização, onde bugs emocionais e falhas de sistema se combinam para criar uma versão única de você - ou pelo menos, uma versão que dá dor de cabeça cada vez que a temida tela de erro aparece. Pois bem, autoconhecimento nesse caso não significa somente rodar um diagnóstico ou reiniciar o sistema, não, conhecer-se funciona como um upgrade!


Como praticar o autoconhecimento?


Sim, é necessário aprender, estudar e colocar em prática! Com isso em mente abordaremos o inevitável, mergulharemos em um oceano de pensamentos e teorias que, por vezes, parecem dialogar (ou até discutir acaloradamente) entre si. Diferentes vertentes de pensamento já encararam este labirinto de formas bastante distintas, e, honestamente às vezes parece que cada uma delas detém apenas parte do mapa, mas mesmo assim é interessante conferir o que algumas delas dizem a respeito.


Comecemos filosofando e falando de Sócrates, o filósofo famosão que adorava uma máxima e que amava uma ironia, ele dizia: "Conhece-te a ti mesmo", em sua visão, isso não era um luxo, mas sim uma necessidade para a vida ética. Platão, seu discípulo concordaria, mas com um ar de quem já estava de saco cheio de escutar essa frase e também por que suas ideias eram um tanto quanto diferentes. Ele e sua Alegoria da Caverna diriam que nós estamos fadados a ver o mundo de forma distorcida, apenas vemos as sombras projetadas em uma parede e acreditamos que isso é tudo o que existe, enquanto isso a verdadeira realidade está lá fora, sob sol e nós só não a vivenciamos por que a caverna é mais confortável.


Mas se você acha as ideias dos antigos um tanto confusas e é do tipo que mais irreverente preferindo algo menos "certinho", digamos que Nietzsche pode te ajudar. Ele não acreditava em um "eu" fixo. Ao invés disso, o verdadeiro eu seria uma construção contínua, algo sempre em transformação. "Se conhecer? Boa sorte com isso!", ele diria, com um tom provocador. Seria como tentar acertar um alvo em movimento - frustrante no começo mas com a vantagem de ser sempre interessante.


Já Freud, insistiria que entender a si mesmo era desvendar os recantos do inconsciente - aquele lugarzinho escuro, onde criamos e escondemos nossos demônios internos, desejos reprimidos e os traumas infantis. Carl Jung, pai da psicologia analítica e contemporâneo de Freud, também tinha um pé no porão da casa, ele nos traz seu conceito de arquétipos, sugerindo que, dentro de cada uma de nós, habita um universo coletivo de símbolos e imagens que moldam nossa personalidade.



Uma mulher sentada em pose contemplativa em frente a um espelho, ao seu redor uma floresta sombria, ela observa um raio de sol que ilumina levemente a cena.

Mas enquanto os dois aí de cima desbravavam os meandros da psique com a seriedade de um investigador de crimes, Simone de Beauvoir, sempre cirúrgica em sua fala e a frente de seu tempo, aponta que o autoconhecimento é também uma questão de liberdade e responsabilidade existencial. "Não se nasce mulher, torna-se mulher", dizia ela, lembrando-nos que o processo de se conhecer e de se transformar é tão crucial quanto as construções sociais que nos moldam.


O inconfundível Oscar Wilde, brincava com a ideia de autenticidade ao afirmar que "ser natural é uma pose difícil de manter". Assim, conhecer-se pode ser visto como uma espécie de performance - uma dança entre o que somos, o que queremos ser e o que o mundo espera de nós.


Agora Monsieur Jean-Paul Sartre com sua perspectiva existencialista e seu sarcasmo filosófico, sugere que o "eu" é uma construção que realizamos ao longo da vida - e que, portanto, somos livres para nos reinventar, mas também somos condenados a essa liberdade. Ele defende que o autoconhecimento não se trata tanto de descobrir uma essência oculta, mas sim reinventar-se todos os dias, o que, sinceramente, me parece até uma boa desculpa para justificar as crises existenciais como sendo "parte do processo".


Por último mas não menos importante e para aquelas que são fãs de uma abordagem mais "zen", a visão da filosofia oriental pode ser uma opção. No budismo, por exemplo, o "eu" é visto como uma construção temporária, um emaranhado de desejos, sensações e pensamentos que surgem e desaparecem. O que em outras palavras quer dizer, o conceito de "eu" não passa de uma ilusão, então se desejamos encontrar algo estável e definitivo, é melhor esperarmos deitadas, pois a busca será longa e infrutífera. Laozi, mestre do Taoismo, diria em tom enigmático: "Pare de tentar se encontrar e apenas seja." Simples não?


É uma pena que este conceito de "apenas ser" é quase ofensivo para a mente ocidental, que vive para dissecar, rotular, diagnosticar e encaixar cada aspecto da nossa identidade em caixinhas bonitas e confortáveis, compradas na última "queima de estoque" a um preço imbatível.


E agora? O que fazer com tantas informações?


Ao unirmos todas essas perspectivas diferentes percebemos que o autoconhecimento é, em última análise, um processo onde saber a opinião alheia até pode nos fornecer insights mas que no fim pode nos deixar mais confusas do que quando começamos, tudo é uma espécie de descoberta onde somente nós mesmas somos capazes de lidar. Tem quem prefira ignorar, tem quem prefira que tudo volte "ao normal ou a como era antes...", sinto informar que, depois que esse processo começa não existe retorno. E é justamente neste momento que percebemos que nós não aprendemos a nos olhar com os olhos da compreensão e percebemos o quão carrascas somos com nós mesmas.


Nós aprendemos a sempre ter uma palavra de consolo para aqueles que nos procuram para desabafar, nós acolhemos essas pessoas, emprestamos nosso ombro... Porém quando se trata de nós mesmas a coisa é completamente diferente. O Autoconhecimento é a porta de entrada para nós aprendermos a nos acolher, a perceber de fato que não somos perfeitas e está tudo bem, que nós merecemos o nosso próprio carinho e compreensão. Mas para isso, é necessário deixar a "chibata da penitência" de lado, é necessário coragem e prática, sim, mas acima de tudo persistência pois, ao meu ver, este é um dos únicos "trabalhos" que realmente vale cada gota de suor.


Talvez você discorde de tudo o que escrevi aqui, é seu direito, você tem sua "própria" visão de mundo. O que temos em comum é o fato de sermos seres humanos em aprendizado e desejarmos o melhor para nossas vidas. Ninguém erra de propósito (com exceções), estamos todas procurando acertar, cada uma a sua maneira.


O exercício é sem dúvida paradoxal, quanto mais procuramos nos conhecer mais camadas surgem e isso pode se tornar confuso, portanto aqui vai uma dica - não se deixe levar por embates do tipo: ser racional OU emocional. Onde de um lado, a lógica fria e calculista diz para analisar seus sentimentos com a precisão de um matemático; do outro, a caótica e apaixonada bagunça que é o coração humano. Não existe essa história de termos que escolher entre ser um robô programado para eficiência e ser uma poetisa que se recusa a seguir regras gramaticais.


A liberdade pode ser alcançada quando abraçamos nossa própria dualidade, aceitando que, por vezes, ser livre significa conviver com o absurdo e a imperfeição inerentes à nossa condição.


Calma, respire fundo, você está no caminho certo! Pode acreditar!

O autoconhecimento, a meu ver, se trata de uma ferramenta indispensável para vivermos de maneira mais consciente. Mesmo que as vezes tenhamos vontade de mandar tudo para aquele lugar ou que nosso caminho esteja repleto de surpresas desconcertantes (e de gente idiota), ou daquelas situações que provocam um certo riso nervoso acompanhado do pensamento "Dai-me paciência e não força...", enfim, em algum momento aprenderemos a lidar com as nossas próprias falhas e a dos demais, sem cobranças. Cada um a seu tempo, não há pressa, pois afinal, se a vida não fosse também uma comédia de erros, como poderíamos aprender a apreciar o verdadeiro significado de sermos humanos?


Nietzsche, aquele que gostava de tacar fogo no cabaré com suas ideias, utilizava uma máxima a qual adotei para minha vida, que é: "Torna-te quem tu és!", o que pra mim soa como um chamado não apenas para abraçar a mim mesma, mas também para enfrentar de frente os absurdos e as contradições que aparecem em meu caminho.


Em resumo, conhecer-se é como desmontar e remontar o próprio quebra-cabeça (sem as instruções), é abraçar a si mesma e a própria dualidade, é reconhecer que cada passo, (por mais que o julguemos desajeitado), é parte da nossa jornada de contínua autodescoberta.


E nessa história não existe ponto final, apenas reticências.


Então se você chegou até aqui, parabéns! Isso significa que sua curiosidade está alimentando o motor do seu autoconhecimento. Não pare por aqui! Te convido a explorar os demais artigos do blog, onde outros temas igualmente instigantes e repletos de reflexões (muitas vezes inconvenientes) aguardam sua visita. Sinta-se a vontade para interagir - deixe seus comentários, sugestões de temas e perguntas, compartilhe suas experiências, até reclamar você pode :)


Ah, e não esqueça de recomendar o blog para quem você conhece!


PS: Agora se você é curiosa mesmo, faça uma visita ao nosso site UN4RT - o nosso "backstage" virtual que reúne conteúdos exclusivos e diferenciados, feitos especialmente para aqueles que realmente tem sede de conhecimento e gostam de irreverência.


Continue explorando, questionando e, acima de tudo, conhecendo-se - pois, no fim das contas, essa é a aventura mais divertida, surpreendente e insana que podemos viver! Você é tanto a artista quanto a obra. Então, mãos a obra!



"A ilusão se desfaz quando questionamos a realidade". - UN4RT



Se quiser se aprofundar nesse assunto e conhecer um pouco mais do que foi citado no artigo, abaixo seguem as minhas fontes, referências e inspirações. Mas, olha, não venha reclamar depois!







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